Eu nunca levei a sério a reclamação das pessoas que se sentem sós; por nunca ter me afetado com a solidão; também nunca pensei na gravidade dessa expressão, sós viemos ao mundo, e sós partiremos, sem levarmos nada, a não ser aquilo que aprendemos e o que cabe no coração.
Mas esses dias, talvez por causa da rotina, e por milhares de motivos, passei a conviver com a solidão; não é uma solidão de pessoas, ausência de companhias, ou isolamento, é uma solidão que não tem nome, as vezes é uma solidão de ideias, quando você pensa diferente das pessoas, do grupo, quando você compreende outras coisas, as vezes é um sentimento de não pertencer ao lugar ou não se sentir totalmente incluído, parte de um grupo; todo mundo convive com isso em várias fases da vida.
Mas a solidão que tenta me esmagar, é a solidão existencial... não tem como definí-la,
As vezes encontro espaços em minha alma, lacunas no meu coração, intocadas, impenetráveis, vazias, sentimentos que nem sei descrever, pensamentos incoerentes, auto-conceitos, e percepção do mundo...
É como se minha alma fosse uma grande casa, e as pessoas chegam e visitam até a sala de estar, uns poucos conhecem a cozinha, mas ninguém, nem eu mesma foi aos quartos do fundo, ao porão, sótão, nem muito menos ao quintal...
Perceber isso me deixou extremamente triste esses dias, por acaso fui visitar esses cômodos empoeirados, e encontrei emoções e experiências que lancei neles, coisas que não ousaria dizer nem a mim... sorte que a tristeza não me esmagou, pq lembrei do Espírito do Senhor que é lâmpada, guia, consolador, e com certeza a única pessoa que pode penetrar, e ver essas zonas escondidas de minha alma, sem se assustar, Ele pode chegar a essa solidão existencial, causada pelo pecado, e corrigir essa sensação de que estou profundamente só... em processo de cura.
Estranha essa alma humana
Estranha essa solidão existencial
Maravilhoso Espírito Santo que veio morar nessa casa e pôr em ordem tantas coisas que até eu desconheço.
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