Compreendo que o próprio Deus, que forneceu a humanidade o conhecimento, a ciência, que é um acervo libertador, se o homem não o utiliza para os fins devidos não é culpa do Eterno, mas que a sabedoria dele se revela através do saber construído pelo homem ao longo da história isso é óbvio! E como esse conhecimento é libertador!
Um exemplo claro foi a discussão que tivemos em sala de aula sobre a desigualdade e o processo de exclusão social. Na educação trabalhamos com os dados alarmantes de violência e desconstrução social atual. Dados comprovados no convívio diário com as comunidades periféricas.
Muitos acreditam não serem aprovados em vestibulares, concursos, e não terem acesso a bens e serviços por não estudarem, porque não se esforçaram o suficiente, ou seja, o paradigma da sociedade meritória, você não tem méritos para isso, e aceitam cabisbaixos a própria desgraça. Na verdade esses excluídos são vítimas de um modelo cruel reproduzido no Brasil desde a sua colonização, onde os melhores recursos culturais, científicos, e econômicos ficam nas mãos da minoria dominante, e que esse modelo social tem a função de manter milhões ali, ás margens da miséria, da pobreza.
Outra coisa que me fez orar, pensar, e está me fazendo reconsiderar muito do que aprendi como cristã diz respeito as ideologias da igreja, que também reproduz esse conceito, e diz: se você não for assim, não fizer isso ou aquilo, jamais entrará no Reino dos céus. Como igreja somos agentes de exclusão, o numero dos que reprovamos e lançamos fora de nosso convívio é maior do que os que ganhamos, e eu me perguntei esses dias, quem somos nós para condenar a sociedade, apontar os pecados dos outros? Nós somos um grupo, que por conhecerem (parcialmente e/ou a interpretarem de modo particular) a Palavra de Deus, ditamos regras, condenamos, mas nos mantemos absolutamente INDIFERENTES as desgraças que ora massacram a sociedade. Somos incapazes de pensar e agir em prol do bem social, sim, nós que dizemos ter a vida eterna, e as palavras que podem curar. Se nos mantemos indiferentes e distantes, fingindo não saber dos milhares que morrem vítimas da violência, dos que estão presos pelo vícios, e dos que caem na armadilha da prostituição e outras indescritíveis desgraças, então não somos de fato cristãos.
Uma das características mais marcantes em Cristo, é que Ele realmente se importou com o individuo e com a sociedade onde este individuo se inseria. Se preocupou e curou doentes do corpo e da alma, alimentou famintos, se misturou aos desgraçados e imundos da sociedade e condenou irado a hipocrisia religiosa. Ele foi alem do discurso vazio, e isso custou-lhe tudo, morreu por suas convicções e para salvar essa humanidade decadente.
Esse não é o Cristo que vemos nos discursos e no convívio religioso! Não é o cristianismo que praticamos, não é o Cristo que realmente foi... esses são os pensamentos que ora se conflitam em minha mente... e me faz repensar minha vida e ação como cristã, educadora, cidadã... Ser como Cristo!!
Um comentário:
boa questão que cristianismo é esse, tão cheio de hipocrisia, que mata as pessoas.
Num determinada igreja fui tratado como copo descartável. Por não atender os interesses de alguns, fui formalmente convidado a sair, e perguntei a galera, q Jesus é esse q vcs conhecem. Frustrante.
Paulo Jorge
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